terça-feira, 6 de dezembro de 2016

POECINEMA I - Leia com atenção e saiba como participar.

Poesia de Cena e Tatamirô - Grupo de Poesia, juntos, realizarão, no próximo domingo, dia 11 de Dezembro de 2016, a primeira cessão virtual, POECINEMA. Neste encontro, pessoas espalhadas pelo Brasil e o mundo, entrarão em sintonia, no mesmo horário para ver e conversar sobre o filme "Eungyo - A Musa". Para esta primeira sessão, optamos por um edital simples. 
Consulte logo abaixo nosso edital de participação e prepare sua agenda para estar conosco, conectado e em rede, no próximo dia 11. Siga as instruções:

Edital de participação no POECINEMA, organizado pelos grupos de poesia Tatamirô e Poesia de Cena - 2016, com a participação do cineclube Cine Mosquito.

1 - Conectar-se online para ver o filme no Netflix, no dia 11 de dezembro às 17h.
2 - Pedir adição no grupo RESIDÊNCIA POÉTICA, no facebook e entrar direto no selo POECINEMA I e utilizar o espaço abaixo para escrever sobre suas impressões do filme. Utilizaremos o espaço abaixo do banner para Bate Papo.
3 - Uma vez finalizado o filme, inicia-se um bate papo, é importante que o participante escreva pelo menos um tópico, assim saberemos quem participou.

Clique no Banner abaixo para entrar direto no espaço do bate papo, caso não consiga entrar, peça adesão ao grupo RESIDÊNCIA POÉTICA, do facebook.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10208205570240202&set=oa.1165325113552755&type=3&theater
Dia 11 de Dezembro, estaremos todos online assistindo a este filme, no
primeiro POECINEMA.
LEIA A CRÍTICA DE WANDERLEY CALONI SOBRE O FILME - 2016-09-04

Eungyo - A Musa

"Uma relação entre uma jovem de 17 anos e um velho escritor aclamado de 70 anos é o tema deste drama que começa lúdico, se desenvolve com uma temática ambiciosa com uma crítica de nossa geração, e termina com um inesperado thriller. A sensação é de que ele é longo demais, quando na verdade parece apenas inacabado.
Parece que o roteirista (e diretor) Ji Woo Chung está brincando com as sensações que giram em torno do mundo do romance e da poesia, pois desde que a lolita Han Eun-gyo (Go-eun Kim) aparece se balançando na cadeira do velho homem tudo lembra o literário, a ficção. E a poesia. Ela está desenvolvida na prosa, pois são os diálogos de Lee Juk-Yo (Hae-il Park), o escritor aposentado, que através da poesia representam a conexão que este faz com a intrometida jovem, através do uso da figura de um lápis para significar diferentes pontos de vista para a mesma coisa. E quando isso nos remete à leitura que o aprendiz Seo Ji-woo (Mu-Yeol Kim) faz durante o lançamento de seu primeiro livro e best-seller, não é difícil perceber que enquanto a garota está tentando descobrir um mundo novo através dos olhos do velho, o jovem escritor de sucesso, enquanto ajuda o mestre nos afazeres do lar, se aproveita para sugar o que ele tem a oferecer de suas décadas de aprendizado. E, por que não dizer, parasitar?
E é justamente sobre esses diferentes pontos de vista que o longa de Ji Woo Chung parece orbitar. Criando tensão através do imaginário do velho, que enxerga detalhes da vida que havia esquecido até conhecer a juventude “fresca” novamente – e que Ji Woo Chung representa através de belos planos-detalhe de cada elemento, como sua visão debaixo das cobertas. A melhor sequência do longa se encontra bem no começo, quando Eugyo de fato vira inspiração para que o velho volte a compor um conto em prosa. É uma montagem inspiradíssima, que começa inocentemente e vai se desenvolvendo através de um sonho e volta para a realidade, entregando toda a informação para o espectador apenas de maneira visual, sem qualquer diálogo expositivo.
O resto da trama é cozida na fórmula de romances de best-seller, mas aqui e ali vemos o filme tentando delinear alguma crítica construtiva a respeito de como a geração anterior tinha um valor que hoje é traduzida apenas em fama e sucesso, e como criações artísticas estão perdendo sua conexão com a realidade – nem que seja uma realidade inventada – e como a automatização de resultados em um mecanismo complexo, mas previsível (leia: engenharia) entrega o resultado mais eficaz e mais vazio de todos, pois é apenas uma réplica da réplica da réplica. “Todos os espelhos são iguais”, diz o engenheiro que se tornou um escritor de sucesso. Apenas o olhar do velho e habilidosíssimo Hae-il Park é capaz de expressar a indignação em torno do que vê, não na forma de revolta, mas de uma desilusão melancólica, quase depressiva, mas ainda disposta a observar o mundo em sua volta, custe o que custar.
Observação essa que para a geração atual não tem valor, pois é “difícil demais” em um mundo que já te entrega tudo pronto através dos milagres da tecnologia. O que importa mesmo é o reconhecimento por algo, não importando se esse algo é legiticamente fruto de seu intelecto ou apenas resultado de uma ambição desmedida, que atravessa tudo em alta velocidade, não se importando em quantos velhos ou quantas reflexões únicas são atropeladas pelo caminho.
“A Musa” tenta voltar atrás e tornar as coisas mais otimistas, o que é um erro grave para uma produção tão próxima de entregar o máximo de valor uma obra do gênero: a análise profunda de uma geração através de um trio amoroso de criador, criatura e parasita. O filme começa a se divertir com a ideia de thriller nos minutos finais, e embora tenha sua “licença poética”, ele acaba voltando atrás em suas ambições tão bem colocadas no filme do meio.
O que chega a ser uma pena, mas que ao mesmo tempo também é um reflexo do que essa geração espera também da sétima arte: respostas simples, prontas e fáceis de digerir. Qualquer coisa diferente disso, irá dar sono, será difícil demais e tratá à tona justamente a crítica que o filme faz.
★★★★☆ Eungyo. South Korea. 2012. Direção: Ji-woo Jung. Roteiro: Ji-woo Jung, Beom-shin Park. Elenco: Hae-il Park, Mu-Yeol Kim, Go-eun Kim, Man-sik Jeong, Park Cheol-Hyeon, Jang Yun-sil, Jeong Seo-in, Kim Kyeong-il, Ahn Min-Yeong. Edição: Jae-beom Kim, Sang-beom Kim. Fotografia: Tae-kyung Kim. Duração: 129. Aspecto: 1.85 : 1. Drama. #netflix"

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