terça-feira, 6 de dezembro de 2016

POECINEMA I - Leia com atenção e saiba como participar.

Poesia de Cena e Tatamirô - Grupo de Poesia, juntos, realizarão, no próximo domingo, dia 11 de Dezembro de 2016, a primeira cessão virtual, POECINEMA. Neste encontro, pessoas espalhadas pelo Brasil e o mundo, entrarão em sintonia, no mesmo horário para ver e conversar sobre o filme "Eungyo - A Musa". Para esta primeira sessão, optamos por um edital simples. 
Consulte logo abaixo nosso edital de participação e prepare sua agenda para estar conosco, conectado e em rede, no próximo dia 11. Siga as instruções:

Edital de participação no POECINEMA, organizado pelos grupos de poesia Tatamirô e Poesia de Cena - 2016, com a participação do cineclube Cine Mosquito.

1 - Conectar-se online para ver o filme no Netflix, no dia 11 de dezembro às 17h.
2 - Pedir adição no grupo RESIDÊNCIA POÉTICA, no facebook e entrar direto no selo POECINEMA I e utilizar o espaço abaixo para escrever sobre suas impressões do filme. Utilizaremos o espaço abaixo do banner para Bate Papo.
3 - Uma vez finalizado o filme, inicia-se um bate papo, é importante que o participante escreva pelo menos um tópico, assim saberemos quem participou.

Clique no Banner abaixo para entrar direto no espaço do bate papo, caso não consiga entrar, peça adesão ao grupo RESIDÊNCIA POÉTICA, do facebook.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10208205570240202&set=oa.1165325113552755&type=3&theater
Dia 11 de Dezembro, estaremos todos online assistindo a este filme, no
primeiro POECINEMA.
LEIA A CRÍTICA DE WANDERLEY CALONI SOBRE O FILME - 2016-09-04

Eungyo - A Musa

"Uma relação entre uma jovem de 17 anos e um velho escritor aclamado de 70 anos é o tema deste drama que começa lúdico, se desenvolve com uma temática ambiciosa com uma crítica de nossa geração, e termina com um inesperado thriller. A sensação é de que ele é longo demais, quando na verdade parece apenas inacabado.
Parece que o roteirista (e diretor) Ji Woo Chung está brincando com as sensações que giram em torno do mundo do romance e da poesia, pois desde que a lolita Han Eun-gyo (Go-eun Kim) aparece se balançando na cadeira do velho homem tudo lembra o literário, a ficção. E a poesia. Ela está desenvolvida na prosa, pois são os diálogos de Lee Juk-Yo (Hae-il Park), o escritor aposentado, que através da poesia representam a conexão que este faz com a intrometida jovem, através do uso da figura de um lápis para significar diferentes pontos de vista para a mesma coisa. E quando isso nos remete à leitura que o aprendiz Seo Ji-woo (Mu-Yeol Kim) faz durante o lançamento de seu primeiro livro e best-seller, não é difícil perceber que enquanto a garota está tentando descobrir um mundo novo através dos olhos do velho, o jovem escritor de sucesso, enquanto ajuda o mestre nos afazeres do lar, se aproveita para sugar o que ele tem a oferecer de suas décadas de aprendizado. E, por que não dizer, parasitar?
E é justamente sobre esses diferentes pontos de vista que o longa de Ji Woo Chung parece orbitar. Criando tensão através do imaginário do velho, que enxerga detalhes da vida que havia esquecido até conhecer a juventude “fresca” novamente – e que Ji Woo Chung representa através de belos planos-detalhe de cada elemento, como sua visão debaixo das cobertas. A melhor sequência do longa se encontra bem no começo, quando Eugyo de fato vira inspiração para que o velho volte a compor um conto em prosa. É uma montagem inspiradíssima, que começa inocentemente e vai se desenvolvendo através de um sonho e volta para a realidade, entregando toda a informação para o espectador apenas de maneira visual, sem qualquer diálogo expositivo.
O resto da trama é cozida na fórmula de romances de best-seller, mas aqui e ali vemos o filme tentando delinear alguma crítica construtiva a respeito de como a geração anterior tinha um valor que hoje é traduzida apenas em fama e sucesso, e como criações artísticas estão perdendo sua conexão com a realidade – nem que seja uma realidade inventada – e como a automatização de resultados em um mecanismo complexo, mas previsível (leia: engenharia) entrega o resultado mais eficaz e mais vazio de todos, pois é apenas uma réplica da réplica da réplica. “Todos os espelhos são iguais”, diz o engenheiro que se tornou um escritor de sucesso. Apenas o olhar do velho e habilidosíssimo Hae-il Park é capaz de expressar a indignação em torno do que vê, não na forma de revolta, mas de uma desilusão melancólica, quase depressiva, mas ainda disposta a observar o mundo em sua volta, custe o que custar.
Observação essa que para a geração atual não tem valor, pois é “difícil demais” em um mundo que já te entrega tudo pronto através dos milagres da tecnologia. O que importa mesmo é o reconhecimento por algo, não importando se esse algo é legiticamente fruto de seu intelecto ou apenas resultado de uma ambição desmedida, que atravessa tudo em alta velocidade, não se importando em quantos velhos ou quantas reflexões únicas são atropeladas pelo caminho.
“A Musa” tenta voltar atrás e tornar as coisas mais otimistas, o que é um erro grave para uma produção tão próxima de entregar o máximo de valor uma obra do gênero: a análise profunda de uma geração através de um trio amoroso de criador, criatura e parasita. O filme começa a se divertir com a ideia de thriller nos minutos finais, e embora tenha sua “licença poética”, ele acaba voltando atrás em suas ambições tão bem colocadas no filme do meio.
O que chega a ser uma pena, mas que ao mesmo tempo também é um reflexo do que essa geração espera também da sétima arte: respostas simples, prontas e fáceis de digerir. Qualquer coisa diferente disso, irá dar sono, será difícil demais e tratá à tona justamente a crítica que o filme faz.
★★★★☆ Eungyo. South Korea. 2012. Direção: Ji-woo Jung. Roteiro: Ji-woo Jung, Beom-shin Park. Elenco: Hae-il Park, Mu-Yeol Kim, Go-eun Kim, Man-sik Jeong, Park Cheol-Hyeon, Jang Yun-sil, Jeong Seo-in, Kim Kyeong-il, Ahn Min-Yeong. Edição: Jae-beom Kim, Sang-beom Kim. Fotografia: Tae-kyung Kim. Duração: 129. Aspecto: 1.85 : 1. Drama. #netflix"

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Oficinas de Poesia Falada e Fanzine, com Artur Gomes e André Garcia, dois nomes fortes da poesia em nossa região.

Isso mesmo, uma verdadeira máquina de falar poesia. Muitos acreditam ser uma reencarnação do próprio Evtutchenko, o poeta russo que falava poemas em estádios de futebol lotado. Quem já teve o prazer de ouvir este gigante da poesia brasileira, não tem ideia de sua força e fúria poética. Artur Gomes é, ao lado de Mano Melo, Lília Diniz, Dalmo Saraiva, Marisa Vieira e Elisa Lucinda, o maior nome da poesia falada no Brasil.
Já André García é, sem dúvida, um dos mais arejados poetas de Cabo Frio, com uma pegada forte na reflexão politica, sua obra está surgindo com grande força e irreverência. Se tem alguém que leva a sério o que faz, esse alguém é André. Suas publicações já circulam a muito tempo pelos espaços alternativos de Cabo Frio e Região dos Lagos, mas agora, depois que criou o selo CAMARADA GARCIA, passou a realizar sonhos de outros poetas, inclusive eu. Com seu belo fazer criativo, de publicações alternativas, sua oficina de Fanzine, é um verdadeiro despertar para a arte e o viver em si.
Cabo Frio, no POESIA DE CENA 2016, vai encontrar um pouco da sua essência, através de tantas possibilidades criativas e muita invenção, a partir do exercício da palavra poética, praia em que Artur Gomes e André García, já navegam a muito tempo, não sem se se "antenar" nos acontecimentos atuais dentro da arte do fazer, criar e escrever poesia. Enfim, fazer literatura!

Artur Gomes e André García, momento único para estar com os dois ao mesmo tempo.  Vale a pena fazer, ver e viver o que
eles tem para ensinar para todos nós.
A POESIA FALADA COM SUA FORÇA TOTAL

Nascido na Cacumanga, em Campos dos Goytacazes, Artur Gomes já fez de tudo na vida. Foi da cavalaria montada, chegando a tornar-se Dragão da Independência, isso mesmo, aqueles soldados que se vestem com uniforme imperial e guardam o palácio do planalto. Mas tem uma profissão que poucos conhecem hoje em dia: Artur foi Linotipista, isso mesmo, na época em que não existia máquina de impressão eletrônica, ele se fechava numa câmara para fabricar letras de chumbo que, posteriormente, seriam colocadas na máquina de impressão, para virar livro e anúncio de jornais.
Nos anos 60 Artur praticamente teve a revelação da poesia, e atravessou a década de 70 gritando seus poemas aos 4 ventos, por este Brasil a fora. Tive a honra de encontrá-lo inúmeras vezes pela estrada e cheguei a fazer alguns filmes sobre ele, do qual destaco o POESIA PROIBIDA, nome de seu recital que tive a honra de dirigir, por volta de 2012. Artur é um monstro sagrado, um poeta verdadeiro, com uma pegada forte e direta. Sua poesia traz uma palavra revolucionária e erótica. Seu jeito de eterno menino, esconde sua idade, Artur é o poeta que nunca envelhece. Sua fúria, sua criatividade, sua alma é a dos verdadeiros travadores medievais, cavaleiros quixotescos, lutando eternamente contra os moinhos de ventos da vida.
Em 2007, eu e este grande poeta nos trancamos para estudar a fundo o impacto das novas tecnologias na arte da poesia, o resultado foi o surgimento do polo Cinema Possível de audiovisual e a Fulinaima Vídeos, a partir daí, passamos a utilizar o audiovisual como plataforma de criação para diversos suportes de internet. Artur é uma usina viva de criação e sua arte é, hoje, reconhecida em todo o Brasil.

OFICINA DE POESIA FALADA



Com um método único de memorização e declamação em público, Artur é desses professores poetas que você aprende rindo e se divertindo muito. No final das contas, conviver com ele, ouvi-lo falar em público, e descobrindo a sua verve poética, é a forma mais simples e direta de mergulhar no misterioso mundo de falar poesia para grandes públicos. Foi assim que o conheci, nos anos 90, em alguns dos principais momentos da vida literária do País. Indo por bienais, eventos literários em calendários de cidades por todo o Brasil, lá estava ele, o POETA PROIBIDO que libertava a palavra presa na garganta. Vamos aprender com ARTUR GOMES!

ANDRÉ GARCÍA E O FANZINE EM CABO FRIO

André já circulou por diversos lugares da cidade, como poeta, é uma espécie de "andarilho urbano", desses que vai aos lugares sem compromisso. Chega a hora que quer e sai quando a gente menos espera, comportamento típico de poeta. Bom mesmo é ouvir seus poemas, quando ele sobe no palco, fala com o coração e mostra uma poesia ácida que não deixa pedra sobre pedra. André é um artista que resolveu levar sua arte a sério e vive vida de poeta, dividindo seu tempo entre a produção, o emprego e reinvenção de si mesmo.

Com um vasto conhecimento sobre o tema Fanzine, André mantém seus interlocutores totalmente focados no assunto!
Desde que o conheci, ele investe, sempre, na sua produção. Cria seus livros, e sai por aí, vendendo seu material. Reclama que ninguém lê, tremendo "sétium", já que, se tem escritor em Cabo Frio que tem leitores, esse cara é ele. Blogueiro da pesada, publica com disciplina e quem conheceu sua fase cineasta, sabe que seus filmes causavam sensações no Cine Mosquito, o Cine Clube mais antigo de Cabo Frio.  
Uma vez, a galera do OFICENA deu por falta do André e começou a especular porque ele não foi mais ao curso, respondi logo para que não ficasse dúvida. André é um poeta, ele veio aqui por comprometimento com sua poesia, veio e foi embora, a nós, só resta a gratidão, por saber que tivemos, circulando pelas entranhas escuras do teatro semi-abandonado, a figura daquele que será, talvez, um dos poucos poetas que se salvará, de fato, enquanto criador de uma obra robusta.
Sobre a oficina de fanzine, do André García, soube, pela primeira vez uma que ele deu na Casa Ancorada e utra que foi ministrada no espaço Aroeira, praticamente nos dois extremos da cidade. André, é um cara muito produtivo e suas publicações já lhe renderam omentos incríveis como, por exemplo, a Inserção de Henrique Selani, definitivamente, no mundo da poesia local, além de criar uma forte energia de atividade voltada para a construção do Fanzine, que, não para de se multiplicar em sua mesa de criação e exposição.


Jiddu Saldanha - Blogueiro.

Herbert Emanuel confirma presença e traz para o POESIA DE CENA, sua visão de linguagem.

Conheci Herbert Emanuel, em 1991, na primeira edição do Congresso Brasileiro de Poesia, em Nova Prata - RS, onde, convivemos com a nata da literatura alternativa brasileira. Encontro inesquecível com Alice Ruiz, Oscar Bertoldo, Leila Miccolis, Mário Pirata, Helio Leites, Paco Cac e tantos outros. De lá pra cá, "muita água passou por debaixo da ponte", e cultivamos uma amizade que completou 30 anos, em 2016. Herbert aceitou o convite para dar sua palestra no POESIA DE CENA 2016. E que será, também, assunto da mesa de bate papo com intelectuais locais de Cabo Frio, será um grande momento para nós.

Herbert Emanuel, poeta e Filósofo, ao lado de Jiddu Saldanha, sua companheira
Adriana Abreu, o jovem ator Danilo Tavares e a Atriz Karol Schittini, em Sta.
Tereza, Rio de Janeiro - 2016.

POESIA: PAIXÃO (TESÃO) DA LÍNGUA

Pra início desta conversa (ou desconversa) fiada, que se fia, se desfia, se ata e se desata, eu desejo que esta seja uma viagem de língua na linguagem  ou um banquete de palavras, suculentos pratos de palavras, (ADRIANA RECITA QUE BELA SOPA) para a nossa “saboração”. Saboração é uma palavra inventada, palavra-valise, pois traz dentro de si (pelo menos, tem essa pretensão) o saber, o sabor e sedução: saboração. 

(RECITAR O POEMA SABORAÇÃO)

Lewis Carrol, matemático e poeta inglês, autor de “Alice no País das Maravilhas”, foi um grande inventor de palavras-valise: gritos+silvos= grilvos; grama+silvos= gramilvos (na tradução de Augusto de Campos do seu “Jabbrwocky”, Jaguardarte). James Joyce, leitor de Carrol, também: fumante+furioso= fumiroso. Entre nós, Souzândrade, poeta maranhense redescoberto pelos irmãos Campos, com suas palavras-montagem: “jubilogritantes”, “algaverdecomados”, “escamiventreprateados”. Leminsk, em sua poesia-prosa-caoscósmica chamada Catatau nos fornece outro exemplo: “calverdáver”, “contagotagiosas”. Há umas palavras-valise deliciosíssimas do Caetano Veloso: 

(INTERLOCUTOR)
Nada dessa cica de palavra triste em mim na boca
Travo, trava mãe e papai, alma buena, dicha louca
Neca desse sono de nunca jamais nem never more
Sim, dizer que sim pra Cilu, pra Dedé, pra Dadi e Dó
Crista do desejo o destino deslinda-se em beleza:

Outras palavras 

(HERBERT)
Parafins, gatins, alphaluz, sexonhei da guerrapaz
Ouraxé, palávora
Lambetelho, frúturo, orgasmaravalha-me, felicidadania:

(INTERLOCUTOR)
Outras palavras

            Na verdade, eu desejo que esta conversa seja uma grande brincadeira - brincadeira com a matéria-prima da poesia: as palavras, pois fazer poesia é, de certo modo, molecar com as palavras; portanto, brincar, “descobrir a infância em nós”.  

(INTERLOCUTOR RECITA O POEMA DE JOSÉ PAULO PAES)

            O meu objetivo aqui é estabelecer um di-álogo poético, que é ao mesmo tempo, no dizer do poeta mexicano Octávio Paz, um acordo e um acorde, pois pressupõe a cumplicidade de vocês, mas é também melos, no sentido que os gregos davam a esta palavra, que significava ao mesmo tempo canto e encantamento. Música, portanto, para ouvidos atentos. (ADRIANA RECITA FALSA BALADA TOSCANA).
           Música, melodia, canto, encantamento. O que é a poesia?

(INTERLOCUTOR RECITA O POEMA A PALAVRA EM PONTO DE POEMA)

     Eu diria que é o exercício de uma paixão especial: a paixão pela linguagem.
            O que é uma paixão? (ADRIANA RECITA ISMÁLIA) Comecemos pela etimologia. Os gregos tinham duas palavras “paixão”: uma que significava “sofrimento”, “fixação”, “obsessão”, era a palavra páthos. (não é comum dizer-se de uma pessoa apaixonada, que está sofrendo, sofrendo de amor? a paixão –pathos- tem dessas coisas: nos deixa meio paralisados, meio patéticos). Aí entra a outra palavra paixão:  é timos. Timós, para os gregos, significava “coragem”, “força”, “ânimo”, (pois timós também pode significar “fumaça”, “sopro”, “vento”, mesma raiz, portanto, da palavra anima, animus). Neste sentido, a paixão também é impulso para fazer algo, é ação, movimento. Pensar o movimento das coisas foi a paixão dos gregos. Voltando a pergunta: O que é paixão? Eu diria que é o interesse exacerbado, obsessivo, corajoso e desmedido por  algo: homem, mulher, planta, bicho, poema.
 A poesia é exatamente esse interesse exacerbado, obsedante, corajoso e desmedido pela linguagem. É páthos e timós ao mesmo tempo.
             Mas o que é a linguagem?
 (INTERLOCUTOR RECITA O POEMA DO MÁRIO)
Diz o filósofo alemão, Heidegger, que a linguagem é a “morada do ser”; é o lugar, o local, o manancial onde o “ser” se desvela, se revela, vem à tona, isto é, passa a existir. O homem, o mundo e todas as coisas só existem através da linguagem. Como entender o homem, o mundo e as coisas, sem chamá-los de “homem”, “mundo” e “coisas”? 
(INTERLOCUTOR RECITA NIETZSCHE). Ou como diz Octávio Paz:


 Clique
Clique na imagem e veja os eventos do POESIA DE CENA 2016

 “A palavra é o próprio homem. Somos feitos de palavras. Elas são nossa única realidade ou, pelo menos, o único testemunho de nossa realidade. Não há pensamento sem linguagem, nem tampouco objeto do conhecimento: a primeira coisa que o homem faz diante de uma realidade desconhecida é nomeá-la, batizá-la”. E também erotizá-la.
(INTERLOCUTOR RECITA O POEMA DESDE DENTRO DA UMIDADE DA PALAVRA À UMIDADE DO TEU SEXO RECLAMA MINHA LÍNGUA.
Se a poesia é a paixão da linguagem, e a linguagem é a “morada do ser”, como disse Heidegger, é evidente que o poeta (poiétes) é o sujeito dessa paixão e é aquele que habita plenamente essa “morada”. (INTERLOCUTOR RECITA O POEMA A CASA)
            Na verdade, todos nós habitamos a linguagem, posto que a utilizamos cotidianamente para fins de comunicação. A maioria das vezes é um uso pragmático. Agora, habitar plenamente é outra história. Habitar plenamente é perfurar este manancial, que é a linguagem, fazendo jorrar a “palavra dizente”2, o pulso das palavras, como disse Maiakóvsky:

Sei o pulso das palavras, a sirene das palavras
Não as que se aplaudem do alto dos teatros    (herbert)
Mas as que arrancam caixões da treva
e os põem a caminhar quadrúpedes de cedro.
Às vezes as relegam inauditas, inéditas    (herbert)
Mas a palavra galopa com a cilha tensa
ressoa os séculos e os trens rastejam
para lamber as mãos calosas da poesia.  (herbert)
Sei o pulso das palavras, parecem fumaça
Pétalas caídas sob o calcanhar da dança
Mas o homem com lábios, alma, carcaça. (herbert)

Fazer jorrar a “palavra dizente” significa dizer o essencial. Dizer o essencial é justamente dizer o não-dito, o que escapa à rotina dos clichês, ou dizer o já dito de outra forma, (INTERLOCUTOR RECITA O POEMA COMPOSIÇÃO ESTRANHA) inventando para as palavras já gastas, corroídas e enferrujadas novos relacionamentos, nova sintaxe. (INTERLOCUTOR RECITA MANOEL DE BARROS)



Só o poeta é capaz disso, dessa “residência poética”. “Rico em méritos, é, no entanto, poeticamente que o homem habita esta terra”, afirmava o poeta alemão Hölderlin. Habitar a terra, ressignificando-a. Há aqui uma responsabilidade ético-estética com a linguagem. O bom poeta torna a língua mais rica; o mal poeta a empobrecePois “a poesia é como a lavra do radium, um ano para cada grama – para extrair uma palavra, milhões de toneladas de matéria-prima”, já exigia Maiakóvsky. Poesia é linguagem elevada à enésima potência de significação. Neste aspecto, vale citar o poeta Manoel de Barros, que expressa num único verso esta função precípua do poeta e da poesia: MINHOCAS AREJAM A TERRA; POETAS, A LINGUAGEM.

sábado, 15 de outubro de 2016

CONFIRA NOSSO CRONOGRAMA E AGENDA

CRONOGRAMA
(Poesia de Cena - 2016)
Dia 04 - a partir das 20h.
Dia 05 e 06 - a partir das 15h.

04 de Novembro - Sexta
ABERTURA
Primeira Mostra: POESIA DE CENA 20h

05 de Novembro - Sábado
Oficina de poesia falada - das 10h às 13h
Palestra: Das 15 às 16:30h
Café Literário: Das 17 às 19h.
Segunda Mostra: POESIA DE CENA - 20h.

06 de Novembro - Domingo
Oficina de Fanzine - das 10h às 13h
Mesa de Bate Papo - das 15 às 16:30
Café Literário - das 17h às 19h.
Terceira Mostra POESIA DE CENA - 20H

MESA DE BATE PAPO, CONCURSOS, PALESTRA , PERFORMANCE POÉTICA, CAFÉ LITERÁRIO, VENDA DE LIVROS, VARAL DO BEIJO, MOSTRA DE VÍDEO POESIA, PARTICIPAÇÃO DE:, POETAS, ESCRITORES , EMPRESÁRIOS DO SETOR CULTURAL, PROFESSORES, ATORES, ARTISTAS VISUAIS, DOIDOS VARRIDOS

#POESIADECENA #POESIAEMCABOFRIO #JIDDUPOESIA #VARALDOBEIJO, #CINEMOSQUITO #VIDEOSDEPOESIA



domingo, 2 de outubro de 2016

PRIMEIRO CONCURSO DE POESIA. "Poesia de Cena - 2016"

EDITAL - GRATUITO

A equipe do encontro "Poesia de Cena" lança seu primeiro concurso anual de poesia. Faça sua inscrição e participe deste momento especial, uma forma de contribuir para a literatura local de Cabo Frio.

Inscrição a partir de 02 de Outubro de 2016.
Encerramento das inscrições prorrogado para 01 novembro de 2016.

Os 20 melhores poemas serão divulgados a partir do dia 30 de outubro de 2016, no blog poesiadecena.blgospot.com; a listagem será divulgada em ordem alfabética, o que não significa a posição e que o selecionado ficou.

Data da divulgação dos 03 poemas vencedores, dia 06 de novembro, durante a realização da mostra "Poesia de Cena".

OBS: Só poderão se inscrever o concurso, moradores da Região dos Lagos.

Da comissão avaliadora:
1 - Serão aceitos quaisquer estilo de poesia desde que: Escritos em língua portuguesa.
2 - Os 10 melhores receberão certificado de participação concedido pela comissão de avaliação do "Poesia de Cena".

Da premiação:

1 - A entrega de certificados será feita no Café Literário do "Poesia de Cena - 2016", dia 05 de novembro, às 17h. no foyer do Teatro Municipal de Cabo Frio, acompanhado de um belo sarau literário, aberto ao público,  (Entrada franca).

2 - Os três primeiros colocados receberão premiação em forma de livros e kit cultural a definir.

3 - Os 03 poemas vencedores, serão mostrados para a plateia durante a mostra "Poesia de Cena", no dia 06 de novembro, ultimo dia do evento. Os poema serão interpretados por um ator ou atriz, escolhidos pela produção do evento.

Como enviar seus poemas por e-mail:

1 - Título do e-mail: Primeiro Concurso de poesia: - "POESIA DE CENA - 2016". Coloque no corpo do e-mail o seu poema e envie para: poesiadecena@gmail.com

OBS: As inscrições são gratuitas, podendo, cada participante inscrever até 3 poemas.

No rodapé do e-mail acrescente os seguintes dados pessoais:
  • ·        Nome completo
  • ·        Data de nascimento
  • ·        Endereço postal
  • ·        Telefone para contato



PRIMEIRO CONCURSO NACIONAL DE HAICAI Poesia de Cena

EDITAL GRATUITO
Edital válido a partir de 02 de Outubro de 2016
Encerramento prorrogado para 01 de novembro de 2016
Divulgação do resultado: 04 de novembro de 2016
Incrição gratuita

·        CATEGORIA TRADICIONAL
·        CATEGORIA LIVRE

Regras de participação:

1 - O concurso terá duas categorias: tradicional e livre;
2 - O inscrito poderá participar com 03 haicai por categoria.

Critérios de definição de tradicional e livre:

Forma tradicional:

A - Ser escrito em forma de terceto;
B - Respeitar a métrica do haicai: primeiro verso tem 5 sílabas, o segundo verso 7 sílabas e o terceiro verso 5 sílabas;
C - Utilizar o Kigo, termo da estação do ano a que o haicai se refere;
D - Não deverá ter título e nem rima.

Forma livre:

A - Ser escrito em forma de terceto;
B - Temática livre, sem a obrigatoriedade do termo da estação do ano, o kigo;
C - Sem título;
D - Com ou sem rima.

Da comissão avaliadora:

A comissão avaliadora será formada por poetas reconhecidos no cenário nacional do haicai.

Da premiação:
Serão selecionados os 10 melhores haicais de cada categoria.
Apenas os 03 primeiros colocados de cada categoria receberão premiação. A premiação será feita em forma de livros de haicai, cedidos por autores deste gênero de poesia.
Todos os 10 primeiros colocados de cada categoria receberão certificado de participação, concedido pela equipe do festival Poesia de Cena, de Cabo Frio.

COMO ENVIAR SEUS HAICAIS:

1 - Título do e-mail: Concurso Nacional de Haicai - POESIA DE CENA;
2 - Coloque no corpo do e-mail 03 haicais TRADICIONAL e 03 haicais LIVRE, assinados com um único pseudônimo;
3- Enviar para tvpossivel@gmail.com

* Atenção: É muito importante assinar os haicais com  PSEUDÔNIMO.

No rodapé do e-mail, acrescente os seguintes dados pessoais:
·        Nome completo
·        Data de nascimento
·        Endereço postal
·        Telefone para contato

ATENÇÃO: Inscrição Gratuita